sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Nada....















A inspiração falha
O mundo lá fora atrapalha
O de dentro se cala porque a voz se abafa
A chuava cai umas vezes forte outras nem tanto
Por de tras da janela fico muda no meu canto
Apago as luzes e escuto os sons da rua
É noite e com ela meu pensamento flutua
Fecho os olhos para visualizar teu rosto
Respiro fundo e solta-se um gemido de agonia
Saudade aperta dentro do peito
Forma-se um nó na garganta e uma dor forte acorda cá dentro
No meu canto continuo encolhida e agarrada ao velho nada
Tento apagar a dor , manda-la embora
Mas em vão esta luta desesperada perdura
Por cada noite que passa
Por cada dia que nasce
ela está mais forte e profundamente vincada
Saudade... Saudade...
Que doi mas não mata
Que entristece mas não elouquece
Que premanece e não esquece
Como doi...
E quando se caminha na rua se olha pró lado e só...
Se vê o nada do lado
Reparo em outras mãos com dedos entrelaçados
E vejo os meus agarrados ao nada
O olhar cai vazio pelo chão
Que vontade existe em caminhar na rua?
Onde sempre ela se mostra nua vazia a meu lado!
Que importa se o sol está cintilante?
Se apenas a minha sombra se vê solitaria!
Solidão.... Vazio....
E a chuva continua a suar forte no vidro frio
da janela do meu canto vazio.


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