quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Segunda carta


Poderia começar com,
Olá meu amor...
Para ti com todo o meu amor...
Mas de que serve tantas palavras se apenas
o que vale são os sentimentos escondidos.
E serão eles assim tão escondidos como eu os faço ser?
Em paginas de papel escrito a tinta azul
trago eu na mala todos os dias
palavras que te escrevo.
Palavras que queria te dizer pela manhã
pelo entardecer, até mesmo ao anoitecer.
Mas a distancia nos separa
assim como em folhas de papel escrito à mão eu te digo
aquilo que penso , tudo o que sinto
a cada acordar sem poder te contar.
E enquanto vou ao som da passagem de um Cacilheiro rasgando as aguas do Tejo
eu escrevo estas palavras para ti.

Tantas são as vezes que te escrevo, única forma de estar mais perto de ti.
Imagino sempre cada palavra dita na escrita
como real ela fosse.
Tantas são as vezes que te escrevo, já perdi a noção das folhas dirigidas
à tua pessoa.
Talvez um dia quem sabe possas ver o que estou a dizer.
Talvez um dia tenha eu a coragem de revelar o meu
segredo tão bem guardado.

O fecho de mais uma pagina.
Como a partida.
Sem um adeus, pois despedidas não existe para quem acredita.
Apenas um até já.
Cada caminho por seu turno,
em jornadas traçadas pelo tempo já longincoo por certo.
Passa o tempo e passamos nós a palavra
de esperança um ao outro para que ela mesma não se perca.

Palavras que entrelinhas escrevemos e em que um pouco de tudo ditamos
os sentimentos os desejos.
Quem sabe um dia leias tudo o que escrevo e não passo
passo pelo teclado.

 

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