sábado, 4 de junho de 2011

Estranho ser



Perdi o encanto do verso
a prosa já não me salta mais a voz
Apenas sai em retalhos os sentidos
obstruidos do tempo
Tempo que me passa entre os dedos
Dedos que já não escrevem o que a mente pensa
Mente que sem sentido se retrai no escuro
Escuro que por mais velas de paviu em lume
Não iluminam os passos caminhados
Passos que por vezes longos se tornam tão curtos
Curta , queria eu que fosse a distancia que me isola
Distancia que não escasseia
Meu Deus , que escrevo eu !!!!!
Já não sei
Nem sei mais se serei eu mesma a escrever tais palavras
O será o grito do coraçao de corvo negro
Abafado dentro deste peito que ainda vive
Que se aninha nos braços da solidão
e ganha forças para viver
Solta suas penas negras em cada esvoassar
e aos olhos dos outros do negro se faz branco.
Penas minhas
Beijos teus
Lagrimas sentidas
Coraçoes afastados
Pelas tramas da vida
Solidao contida
A cada dia a cada anoitecer
assim vai a vida
deste estranho ser

1 comentário:

  1. Foi uma das das melhores poesias que alguma vez li e senti.
    Está simplesmente divinal, melhor do que muitas escritoras profissionais, adorei a força e até mesmo o desespero, porque tudo o que sai com garra e de coração aberto sai sempre sublime, tanto o bem como o mal. Adorei :)

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